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sábado, maio 29, 2010

12:29




- Não gosto de meias palavras, de gente morna, nem de amar em silêncio. 
Aprendi que palavra é igual oração: tem que ser inteira senão perde a força. 
E força não há de faltar porque – aqui dentro – eu carrego um mundo. 
Sou menina levada, sou criança crescida com contas pra pagar.
E mesmo pequena, não deixo de crescer. 
Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. 
Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... 
Escrevo escondido, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. 
E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. 
Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. 
Quer me entender? Não precisa. Quer me fazer feliz? Me dê um chocolate, um bilhete, 
um brinde que você ganhou e não gostou. Não importa. 
Todo dia é dia de ser criança e criança não liga pra preço, pra laço de fita e cartão com relevo. 
Criança gosta mesmo é de beijo, abraço e surpresa. 
E eu – como boa criança que sou – quero mais é rasgar o pacote!








Nucci Castro .